quarta-feira, 20 de julho de 2011

D. João I, o de Boa Memória

Hoje a minha atenção fixa-se em D.João I, rei que iniciou a segunda dinastia da Monarquia Portuguesa.
D.João I foi filho bastardo de D. Pedro I, resultando de uma ligação que este último teve com D. Teresa Lourenço fidalga galega residente em Guimarães. Não foi, portanto, filho de D. Constança esposa legítima de D.Pedro nem de Inês de Castro, o grande amor da vida do referido rei.
D.João I, antes de tomar as rédeas da governação de Portugal, foi mestre da Ordem de S. Bento de Avis. E foi em Avis que se enamorou da filha de um sapateiro de Veiros, "O Barbadão", de quem teve uma filha de nome Brites e um filho de nome Afonso.
Este Afonso, filho bastardo de D.João I, tendo casado com a única filha de D. Nuno Alvares Pereira de nome Beatriz , recebeu de seu pai as terras e julgados de Neiva, de Aguiar, de Darque, Faria e todos os bens confiscados ao conde de Barcelos D. Gonçalo Telo que "desservira" o Rei, recebendo também o título de Conde de Barcelos.
Por outro lado recebeu de Nuno Alvares Pereira, seu sogro, Chaves, Montenegro, Montalegre, Barroso, Baltar, Paços de Ferreira e o condado de Ourém. Quando Nuno Alvares Pereira resolveu despojar-se de todos os seus bens e recolher ao Mosteiro do Carmo, D. Afonso recebeu ainda mais terras com o que construiu os alicerces do docado de Bragança.
Como é do conhecimento geral D.Nuno Alvares Pereira venceu os Castelhanos em Atoleiros, Trancoso, Aljubarrota e Valverde. Mas foi Aljubarrota a batalha decisiva na contenda com Castela e onde se cobriu de glória.
Quando teve conhecimento que as tropas castelhanas tinham entrado em Portugal e se dirigiam para Lisboa com vinte e cinco mil homens, D. Nuno aprontou-se a enfrentá-las cortando-lhes o caminho.
D. João I e alguns dos seus conselheiros não estiveram de acordo com essa decisão pretendendo antes entrar em Espanha pelo Alentejo, como retaliação à invasão castelhana. Mas o Contestável insistiu na sua ideia e com três mil homens a cavalo, trezentos besteiros e dois mil peões marchou imediatamente ao encontro dos Castelhanos de forma a cortar-lhes o passo. Em resultado da sua acção D.João I acabou por se lhe juntar em Tomar.
D.Nuno Alvares Pereira dispôs as tropas em lugar adequado e fez construir engenhoso dispositivo de fortificação e defesa.
Pela forma como D.Nuno se distinguiu na batalha decisiva de Aljubarrota, cobrindo-se de glória, levou mais tarde o rei a conceder-lhe diversas terras e benesses. Muitas dessas terras acabaram na posse da sua filha D. Beatriz casada com D. Afonso, bastardo de D.João I permitindo-lhe fundar o Ducado de Bragança. Este neto do "Barbadão", sapateiro de Veiros, foi o primeiro duque de Bragança e, muito mais tarde, um seu descendente, o oitavo Duque de Bragança inaugurou a quarta dinastia da Monarquia Portuguesa. como Rei D.João IV - O Restaurador.
NOTA: Na árvore genealógica da ascendência de João Pereira de Almeida Beça de Vasconcelos, Senhor da casa da Seara em Magrelos - Marco de Canavezes - elaborada por um seu tio frade em 1762 consta que o seu referido sobrinho era:
- sexto neto de D. Diogo Alvares Pereira;
- décimo segundo neto de D. João Alvares Pereira, Senhor da Casa dos Condes da Feira.
Na referida Casa brasonada da Seara nasceu e cresceu a bisávo Ana Augusta do autor deste escrito, descendente do referido João Pereira de Almeida Beça de Vasconcelos.

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