terça-feira, 24 de dezembro de 2013

El Rei D. Dinis - senhor de muitos talentos

De acordo com alguns historiadores o reinado de D. Dinis foi o mais representativo da primeira dinastia.
Foi este Rei uma personagem riquíssima pois, segundo Barrilaro Ruas, concebeu e pôs em prática uma política de grandeza nacional.
De acordo com o referido historiador os talentos de D. Dinis eram muito diversificados: excelente administrador, bom chefe militar e grande diplomata. 
No seu reinado organizou-se a Marinha de Guerra, estimulou-se a Marinha Mercante e a Agricultura, protegeram-se os Municípios, reformou-se a nobreza e foram moderados os poderes do alto clero.
Foi no seu tempo também que foi criada em Portugal a primeira Universidade. Inicialmente foi instituído em Lisboa um Estudo Geral que em 9 de Agosto de 1290 se tornou a primeira Universidade Portuguesa com a concordância do Papa Nicolau IV.
Até 1308 essa Universidade manteve-se em Lisboa, data em que o monarca decidiu transferi-la para Coimbra, cidade mais propícia ao labor intelectual. Nela eram ministrados cursos superiores de Letras, de Direito Canónico e Civil e de Medicina. 
D. Dinis foi também um homem muito culto, um dos maiores poetas do seu tempo. 
Escreveu diversas cantigas de amor, de amigo e "saborosas" cantigas de maldizer. Até à actualidade chegaram-nos da sua autoria 138 cantigas sendo 76 cantigas de amor, 52 de amigo e 10 de maldizer. 
Na formação deste nosso Rei, quando jovem, tiveram influência os seus professores Domingos Jardo e Aymeric d'Ehrard, este profundo conhecedor e provavelmente cultor da poesia provençal, tendo possivelmente encaminhado D. Dinis para a criação poética na sua juventude. 
Mas foi Lourenço Gonçalves Magro, trineto de Egas Moniz quem D. Afonso III,   seu pai, escolheu para o educar na sua infância.
Ao descendente de Egas Moniz o nosso Rei D. Dinis ficou sempre muito reconhecido pela dedicação que teve na sua educação, tendo-o recompensado com a doação de Vila de Arêga - hoje Caldas de Aregos - situada junto ao Rio Douro, nas proximidades de Resende. A respeito dessa recompensa diz Frei António Brandão o seguinte: 
"Deu-lhe D. Dinis esta vila por ter sido seu aio. E ainda que, anos adiante, fizera geral revogação das mercês que fizera nos princípios do seu reinado, conservou ,todavia, a Lourenço Gonçalves Magro o referido senhorio de Arêga, como consta duma ratificação feita em 9 de Novembro de 1286 da seguinte forma" : 
"Como eu desse a Lourenço Magro, meu aio por criança e por serviços que me fez, em doaçom a Vila de Arêga e eu revogasse todas as doações, não foi entam minha inteçom, nem hé, que revogue essa doaçom. Tudo merece um bom aio e mestre. "